Quando há uns dias atrás escrevi sobre o que parecia abanar o frágil equilíbrio sino-tibetano, já seria de prever o que acontecia a seguir, lamentavelmente…
Sinceramente, se havia lugar que eu não gostava de ocupar neste momento , era o de presidente do Comité Olímpico Internacional. Será que o senhor já lhe teria ocorrido que ao escolher Pequim como cidade para os Jogos Olímpicos de 2008 estaria muito provavelmente a comprar um desconforto politico-social? Talvez não, ou então outras vozes falaram mais alto.
Num artigo de opinião publicado este fim de semana, é lançada a pergunta porque é que afinal protestam os tibetanos?
Creio que não há país nenhum no mundo que deseje ver as suas condições de vida melhorar substancial e tão rapidamente quanto possivel. Ver a qualidade de vida melhorar, ao mesmo tempo que a taxa de mortalidade infantil diminui? Ver crescer o numero de escolas, hospitais, supermercados, e centros comerciais? Colocar o Tibete no mapa do mundo com ligações rodoviárias e ferroviárias que servem de cordão umbilical ao resto do mundo. De pobres nómadas, a sobreviver do que cabeças de gado lhes davam e a viver no limiar da condição humana em tendas, podem agora usufruir de boas casas, no cntro das cidades, com todas as condições de conforto, digno do século XXI. Mas afinal de que se queixam os tibetanos? Porque não se mostram satisfeitos e agradecidos com o que neste momento lhe é oferecido, coisas que nem os seus avos alguma vez sonharam poder dar?
A resposta está na identidade nacionalista, que a China por mais anos que mantenha o crescimento desmesurado social e económico naquela zona, poderá alguma vez oferecer, porque há coisas que não têm preço.
É aqui que reside a cegueira chinesa. A cegueira de potencias colonizadoras que não alcançam a ideia de que podem dar tudo, menos a liberdade.
E como forma de mostrar que a questão tibetana é um assunto arrumado, a China dá regalias aos imigrantes han que se estabeleçam no território tibetano, através de benesses económicas, comerciais e sociais.
Aos tibetanos não é possivel ter em casa um imagem do seu Dalai Lama porque é contra o regime, e se o tentam só através de lagum turista. De igual modo para além do ensino básico, se um tibetano quiser progredir nos estudo, terá que ser sob o mandarim. Em troca de festas religiosas, os tibetanos agora veêm festivais chineses.
É irónico como se procura desta forma anular uma cultura milenar, baseada no convívio pacífico com as adversidade da natureza aos 4.900 mts de altitude, através da excelencia do conhecimento da mente como forma de atingir o Nirvana.
Mais uma vez recordo o cavaleiro que indo calmamente pela planície fora, sábiamente comenta com o seu fiel companheiro de viagem;
“La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad, así como por la honra, se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario, el cautiverio es el mayor mal que puede venir a los hombres.”
Tempestade, amigo,
“identidade nacionalista”? o adjectivo tem uma conotação negativa. Penso que neste caso não se pode falar de senão de identidade nacional, não achas? ou da identidade de um povo, gosto mais assim.
o resto vai em forma de novo poste.
os tibetanos queixam-se do mesmo que a frente popular da judeia (ou seria a frente do povo?) da vida de brian se queixavam da ocupação romana. e olha que eles tinham estradas, esgotos, aquedutos, as ruas à noite estavam mais seguras, viviam em paz, e se queres saber o resto vê o filme. para mim os gajos estavam habituados aos milagres e quando os puseram a trabalhar para si é que o caldo entornou.
historicamente os tibetanos sempre estiveram sobre a alçada dos chineses embora gozando de autonomia administrativa. foi-se o imperador veio o comunismo e as coisas mudaram.
além disso não foi o presidente do comité olímpico quem escolheu pequim como cidade organizadora, foram os membros de cada comité nacional que votaram na sua maioria a favor da organização dos jogos pelos chineses.
romani ite domun